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Janus 2004



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Os Serviços Electrónicos de Informação e a Internet no mercado global

José Luís Garcia *

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Culminando uma evolução que remonta aos inícios da conceptualização sobre os sistemas de controlo cibernéticos, o conceito de Informação foi adquirindo um estatuto dominante a partir de finais da década passada. Em certas abordagens, como a do discípulo de McLuhan na Universidade de Toronto, o «psicotecnólogo» Derrick de Kerckove, os media electrónicos são definidos como extensões do corpo, do sistema nervoso e inclusive da psicologia humana. Nesta acepção, a Informação está a criar uma «mente colectiva», que ultrapassará as capacidades de qualquer ser humano individual, e a Internet é o embrião desse «cérebro colectivo» no âmbito de uma inevitável realidade virtual. Noutras perspectivas, menos prometeicas embora mais ingénuas, como a do sociólogo inglês David Lyon, a mediação electrónica das relações sociais tende a transformá-las apenas no sentido da modificação e não no da mais completa novidade.

No plano político vulgarizou-se a expressão «Sociedade de Informação». Como resultado da acção dos media electrónicos nos contextos do trabalho, da educação, dos transportes, da saúde, do lazer, da vida doméstica, etc., supõe-se geralmente, com júbilo indisfarçado, que as sociedades ocidentais terão entrado num novo estádio regido por um outro princípio de desenvolvimento social, económico e até humano: o recurso extensivo e intensivo a redes digitais de Informação. Esta visão encontra-se presente, por exemplo, na introdução de uma obra recente da iniciativa do Ministério da Ciência de Portugal (Livro Verde para a Sociedade da Informação em Portugal): A expressão Sociedade de Informação refere-se a um modo de desenvolvimento social e económico em que a aquisição, armazenamento, processamento, transmissão, distribuição e disseminação de informação conducente à criação de conhecimento e à satisfação das necessidades dos cidadãos e das empresas, desempenham um papel central na actividade económica, na criação de riqueza, na definição da qualidade de vida dos cidadãos e das práticas culturais.

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A empresa da Informação

Em sentido distinto não é, porventura, secundário pôr no primeiro plano de análise teórica e empírica a total imbricação de interesses industriais, mercantis, tecnocientíficos e político-estatais, encoberta numa sedutora utopia da comunicação (em que não se enquadram muito bem os sistemas de vigilância electrónicos), subjacente à empresa da Informação do nosso tempo. O velho primado do dinheiro aliado à força das técnicas num novo campo de investimento — o das realizações do espírito humano e o do próprio espírito humano — é do que se trata e geralmente se esconde. Se outro fosse necessário, a grandeza do investimento publicitário na Internet é já um dado insofismável. Segundo alguns dos dados mais recentes (que se reportam a 1994) dos estudos sobre os serviços electrónicos de informação (O mercado dos serviços electrónicos de informação em Portugal, ISCTE, Dezembro de1996), o espaço europeu surge plenamente afirmado no contexto mundial, e conta com uma importante dinâmica endógena, tanto no plano produtivo como no da intermediação para objectivos profissionais.

As receitas da informação financeira e empresarial detêm a maior expressão, surgindo em segundo lugar a informação governamental e política, em terceiro a informação económica e de negócios e, por último, com reduzida dimensão, a informação científica/técnica/médica. A hegemonia do Reino Unido na Europa, explicada principalmente pelas sinergias da rápida liberalização, da contiguidade com os Estados Unidos e do posicionamento da Reuters no mercado mundial de informação, contrasta com as realidades dos restantes países. Na cauda dos países europeus, a produção portuguesa de serviços electrónicos de informação, operando somente no mercado interno, caracteriza-se ainda pela insipiência, pela falta de especialização, pelo consumo interno e pela pequenez do investimento estrangeiro.

Quanto à infraestrutura tecnológica básica ao nível das telecomunicações, em termos de acesso e qualidade dos serviços básicos, a Portugal cabia o penúltimo lugar entre os países europeus no que toca à densidade telefónica (Postos principais/100 habitantes), contava com uma das mais baixas taxas de utilização de redes de telecomunicações, encontrava-se abaixo da média comunitária no que diz respeito à qualidade da rede de telecomunicações básica, embora apresentasse uma interessante evolução da taxa de digitalização (RDIS). Em termos de acesso a serviços de tecnologias avançadas, a taxa portuguesa de RDIS era intermédia (62%) e a cobertura dos lares pela Televisão por Cabo deu-se com atraso comparativamente com os outros países europeus. Contrariando estes números, e apesar de Portugal ter um dos mais caros serviços de telecomunicações da União Europeia, através dos indicadores de utilização da Internet (dados de 1996), bem como da densidade de telefones públicos (5° lugar na União Europeia, mais de 3 pp/1000 habitantes) e de serviços móveis e terrestres (20 assinantes por mil habitantes), a aproximação progressiva aos valores europeus não parece uma miragem.

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* José Luís Garcia

Mestre em Sociologia pelo ISCTE. Docente de Sociologia da Comunicação no ISCTE.

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