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Janus 1997



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Imigração e Comunidades Estrangeiras em Portugal

Policarpo Lopes*

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A migração e simultaneamente um barómetro das circunstâncias sociais, económicas e políticas em transformação a nível nacional e internacional, e um sinal de grandes disparidades entre o local de origem e o de destino. Estima-se que 100 milhões de pessoas no mundo são migrantes: 2% da população do globo vive expatriada.

No espaço da UE, às correntes migratórias Sul/Norte intra-europeias, protagonizadas a montante pelos países da Bacia Mediterrânica (Itália, Espanha, Grécia e Portugal) e a jusante pêlos países industrializados do centro da Europa, sucederam-se os fluxos extra-europeus vindos, primeiro, do Magreb e da Turquia e, em seguida, das regiões mais sobrepovoadas e carenciadas da Ásia, América e África Subsariana.

A desestruturação dos sistemas económicos e políticos do bloco de Leste provocou mais uma hemorragia de populações à procura de sobrevivência e segurança sobre o espaço europeu. Toda esta pressão migratória recebeu uma nova aceleração com a chegada massiva de refugiados e requerentes de asilo provenientes dos mais diversos horizontes. Segundo o relatório do FNUAP (1993), dos 17 milhões de refugiados 87% bateram às portas da UE.

Todas estas correntes migratórias vieram desaguar à volta das tecnópoles e dos grandes centros urbanos. Assim, 40% dos imigrantes em França vivem na cidade de Paris e a maior parte dos outros em Marselha e Lião; em Frankfurt, 22,6% da população é estrangeira; em Birmingham, onde o peso das minorias étnicas é o mais elevado no Reino Unido, os estrangeiros representam 20% da população; na Holanda, 60% dos imigrantes residem nas quatro maiores cidades do país; e em Lisboa vive cerca de 54,9% da população estrangeira em Portugal.

Em Portugal, os fluxos imigratórios são uma constante ao longo de toda a sua história. As invasões do território português pelos diferentes grupos étnicos após o declínio do Império Romano; a presença dos Mouros antes e depois da reconquista e do povoamento; a actividade das comunidades judaicas ao longo de toda a Idade Média; o comércio de escravos (séc. XVI-XVIII); a presença de cidadãos estrangeiros, no séc. XIX, originários de Espanha, Reino Unido, Alemanha e de França assim como do Brasil, ligados à exploração mineira e à comercialização do vinho do Porto, são outros tantos indicadores da tradição imigratória em Portugal.

No passado recente, a conjunção de três factores, designadamente os processos de descolonização, a entrada de Portugal na UE e os efeitos da pressão migratória à escala planetária, fizeram de Portugal simultaneamente um país de emigração e de imigração. Podemos observar esta tendência evolutiva através da análise do saldo migratório nos movimentos de população nos últimos 30 anos. Da observação da Figura 2 (ver Infografia) ressalta, primeiro, um saldo negativo nos anos 1965-70 em relação directa com a emigração intra-europeia.

Segundo, uma inversão brutal de tendência nos anos 1975-85, onde o saldo migratório atinge valores positivos na ordem de 38,2 e de 4,3 respectivamente, fruto dos efeitos perversos dos processos de descolonização. Terceiro, regista-se de novo um saldo negativo em 1985-90, para atingir valores positivos em 1993, com a presença de 168.316 estrangeiros a residirem no território português.

Uma primeira leitura destes dados revela-nos que a população estrangeira em Portugal tem grande diversidade de origem e, em seguida, que a sua presença no território nacional apresenta simultaneamente uma grande dispersão e uma forte concentração no Litoral, no Centro e Sul do país. Nela podemos facilmente identificar os grandes eixos em torno dos quais se cruzam as correntes migratórias à escala planetária: a corrente Sul/Norte; o fluxo Leste/Oeste; a livre circulação de cidadãos no seio da UE e ainda um ou outro indício da pressão migratória a nível mundial. Na entrada seguinte caracterizaremos a incidência de cada uma destas correntes no seio da sociedade portuguesa.

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Informação Complementar

As comunidades ciganas

Os ciganos chegaram a Portugal há cerca de 500 anos. A sua presença não cessou de aumentar ao longo dos tempos. Actualmente constituem uma das mais importantes minorias étnicas do espaço português. Estimam-se entre 25.000 e 30.000 indivíduos, dispersos praticamente por todo o país. Regista-se, porém, maior concentração na área metropolitana de Lisboa, com cerca de 6.000 ciganos.

 

Comunidades estrangeiras em Portugal

Cabo Verde 38.746

Brasil 19.901

Angola 15.829

Guiné-Bissau 12.291

Reino Unido 11.486

Espanha 8.887

EUA 8.484

Alemanha 7.426

França 4.743

Venezuela 4.554

Moçambique 4.368

S.Tomé e Príncipe 4.082

Holanda 2.736

Canadá 2.369

China 2.202

Itália 1.918

África do Sul 1.744

Bélgica 1.490

Suíça 1.095

Índia 1.035

Suécia 1.017

Paquistão 843

Japão 639

Dinamarca 620

Irão 559

Austrália 442

Argentina 400

Finlândia 385

Áustria 383

Noruega 378

Tanzânia 325

Irlanda 313

Ex-URSS 313

Hong Kong 292

Bulgária 288

Quénia 286

Senegal 270

Rússia 267

Marrocos 249

Guiné-Conakry 199

Colômbia 188

Zaire 184

Polónia 183

Líbano 181

Filipinas 177

Chile 160

Iraque 158

Ex-Jugoslávia 156

Peru 153

Coreia do Sul 148

Roménia 123

Grécia 81

Cuba 77

Costa do Marfim 76

Turquia 73

Jordânia 71

Síria 71

Uruguai 71

Ex-Checoslováquia 69

Croácia 65

Serra Leoa 65

Argélia 64

Zimbabwe 64

Mali 58

Nigéria 57

Ucrânia 57

Luxemburgo 49

Egipto 48

Nova Zelândia 48

Panamá 48

Bangladesh 47

Singapura 41

Líbia 35

Islândia 33

Tailândia 33

Rep. Dominicana 32

Bolívia 30

Equador 30

Tunísia 30

Malásia 25

Mauritânia 24

Coreia do Norte 21

Malawi 21

Arábia Saudita 19

Guatemala 19

Gana 18

Kuwait 18

Sérvia 18

Paraguai 17

Trinidad e Tobago 17

Bahrein 16

Sri Lanka 16

Maurícias 13

Rep. Checa 13

Sudão 11

Costa Rica 10

El Salvador 10

Camarões 9

Zâmbia 9

Indonésia 8

Palestina 8

Ruanda 8

Congo 5

Guiana 5

Nicarágua 5

Benin 4

Etiópia 4

Eslováquia 4

Honduras 4

Lesoto 4

Lituânia 4

Madagáscar 4

Suazilândia 4

Suriname 4

Uganda 4

Vietname 4

Arménia 3

Birmânia 3

Botswana 3

Emirados Árabes Un. 3

Jamaica 3

Liechtenstein 3

Malta 3

Bermudas 2

Burkina Faso 2

Chipre 2

Haiti 2

lémen 2

Qatar 2

Mónaco 2

Repa. Centro Africana 2

Taiwan 2

Afeganistão 1

Barbados 1

Belize 1

Burundi 1

Djibouti 1

Estónia 1

Gambia 1

Granada 1

Macedónia 1

Seicheles 1

Togo 1

Apátridas 278

México 122

Israel 83

Hungria 82

Bósnia-Herzegovina 81

Eslovénia 7

Libéria 7

Bielorrússia 6

Albânia 5

 


Fonte: Serviço de Estrangeiros e Fronteiras

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* Policarpo Lopes

Doutorado em Sociologia pela Universidade Católica de Lovaina. Docente e Director do Curso de Sociologia da UAL.

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Dados adicionais
Gráficos / Tabelas / Imagens / Infografia / Mapas
(clique nos links disponíveis)

Link em nova janela Distribuição da população estrangeira por distritos 1995

Link em nova janela Saldo migratório no movimento da população portuguesa

Link em nova janela Totais de população estrangeira residente por continente de origem

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