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Janus 1997



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Artes Plásticas

Joana Sousa Monteiro*

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Elementos imprescindíveis da cultura contemporânea mundial, as artes plásticas ocupam lugar de protagonistas na revelação e também na definição das tendências estéticas actuais. Através daquela que julgamos ser uma primeira abordagem estatística relativa à distribuição de galerias e do tipo de exposições no nosso país, neste caso evidentemente em relação ao ano de 1995, pretendemos, entre outros aspectos, averiguar das relações de equilíbrio ou desequilíbrio entre apresentações de artistas estrangeiros e portugueses.

As dificuldades que se nos depararam na obtenção de informação, levaram-nos a estabelecer critérios de selecção das instituições inquiridas mais estreitos do que desejávamos inicialmente. Centrámos a nossa pesquisa ao nível das galerias propriamente ditas, ou seja, sobre a iniciativa privada e em princípio com fins lucrativos, deixando de parte, por agora, as instituições estatais ou de grandes dimensões financeiras (como a Culturgest, a Fundação de Serralves, a Fundação Gulbenkian, o Centro Cultural de Belém ou os Museus Nacionais como o Museu do Chiado), visto não termos obtido resposta à informação solicitada (com excepção da Fundação de Serralves).

Apesar de nem todas as galerias importantes terem respondido e de os dados relativos ao número de artistas apresentados não estarem completos, visto nem todas as respostas incluírem as contagens das exposições colectivas, o presente estudo resultou de um inquérito enviado a mais de 110 galerias do país, em relação ao qual obtivemos cerca de 40% de respostas.

Não obstante as visíveis resistências à divulgação de novos meios artísticos e à descentralização dos locais de exposição, é notório um crescente empenho na organização de iniciativas com o exterior, que se manifesta a dois níveis: a apresentação de artistas estrangeiros em galerias portuguesas e a presença de obras portuguesas em exposições fora do país. Das cerca de 40 galerias apuradas, pode verificar-se a esmagadora hegemonia das apresentações de artistas portugueses em relação aos estrangeiros (578 contra 68, do total dos autores que expuseram naquelas galerias).

Por outro lado, relativamente à distribuição geográfica dos espaços, e apesar de sabermos que um número considerável de galerias do Porto não estão contempladas, observa-se um óbvio protagonismo de Lisboa — que aqui correspondeu à Grande Lisboa — a denunciar uma macrocefalia persistente. São, no entanto, merecedores de referência destacada, os esforços de algumas galerias de outras regiões, nomeadamente de Coimbra, Braga, Beja ou Faro, que têm vindo a levar a cabo exposições de uma qualidade indiscutível, tanto a nível nacional como até internacional.

Em relação à presença de obras de artistas estrangeiros e às apresentações portuguesas fora do país, a importância da Espanha no intercâmbio de obras apresentadas é notório, tanto em termos de apresentações nacionais no país vizinho — sendo a A.R.C.O. a principal responsável — como das intervenções espanholas em espaços nossos.

Quanto às áreas de expressão dos artistas seleccionados por cada galeria, verifica-se que os totais se referem ao número de artistas apresentados e incluem as informações relativas às exposições colectivas que nos foi possível recolher. A rubrica "Outros" refere-se sobretudo a obras de design, ilustração, joalharia, cerâmica e serigrafia. A tendência geral que persiste é a da aposta tradicional e segura nas exposições de pintura, que continuam a cativar públicos velhos e novos e se mantêm na categoria do investimento mais certo para os galeristas.

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A divulgação de obras de fotografia, escultura e instalações tem permanecido reservada às poucas galerias — sobretudo de Lisboa, Porto e Coimbra — que arriscam investir em jovens talentos e em novos meios de expressão artística. Importava sem dúvida continuar a aumentar os esforços conjuntos no sentido de fomentar a criação e a divulgação dos aspectos da arte do presente, nacional e internacional, verdadeiros espelhos da cultura contemporânea, não só a nível da quantidade, como da sua desejável descentralização a todos os pontos do nosso país.

O óbvio protagonismo da Espanha em relação aos demais países assinala sobretudo a participação de Portugal na A.R.C.O. Através das apresentações das galerias Luís Serpa, Alda Cortez, Pedro Oliveira, Palmira Suso, Fernando Santos, Graça Fonseca, Gilde, Novo Século, Monumental e Arte Periférica, esta feira internacional de arte — que tem vindo a tornar-se cada vez mais ibérica — pretendeu constituir um importante incentivo para a intensificação do mercado nacional através da divulgação de galerias e obras de artistas novos e já consagrados junto dos públicos possíveis.

 

Informação Complementar

Serralves

Tendo constituído o único caso que conseguimos apurar relativamente ao conjunto de instituições que não se enquadram no grupo das galerias privadas, a Fundação de Serralves do Porto representa precisamente um dos exemplos excepcionais tanto em termos do número elevado de artistas estrangeiros que apresentou, como do tipo de exposições que concebeu. As colectivas de fotografia, instalação e escultura que organizou, incluíram obras de artistas oriundos em boa parte dos EUA, mas também dos países mais diversos como a Dinamarca, Alemanha, Grã-Bretanha, Brasil, ou República Checa, o que contribui para a criação de uma imagem bem mais completa do que é hoje a arte mundial.

 

As feiras

Nacionais e internacionais, as feiras de arte têm continuado a desempenhar um papel de extrema importância no fomento das relações exteriores, tanto em termos do intercâmbio entre galeristas como na divulgação das respectivas produções. A A.R.C.O. de Madrid voltou a contar em Fevereiro de 1995 com a presença de 10 das principais galerias portuguesas, sobretudo de Lisboa e Porto.

Para além das Bienais como as de Veneza e a de Joanesburgo, que contaram com presenças nacionais, e da das Caldas da Rainha que incluiu, por seu turno, participações estrangeiras, o grande acontecimento deste ano a nível de apresentações em larga escala foi a 1ª Feira de Arte Contemporânea (F.A.C.), que teve lugar em Lisboa, em Novembro de 1995. Promovida pela Associação Portuguesa de Galerias de Arte, a F.A.C., que foi reactivada neste ano, reuniu pequenas exposições de 32 galerias portuguesas que apresentaram trabalhos dos artistas nacionais e estrangeiros que representam.

Um outro evento a referir pela sua importância em termos da troca de experiências, a série de exposições denominada "Peninsulares" (no final do ano de 95) e comissariado por João Fernandes, consistiu na elaboração de exposições de artistas espanhóis contemporâneos em várias das principais galerias portuguesas, e o mesmo com obras portuguesas em diversos pontos da Espanha, o que revelou ser uma iniciativa particularmente proveitosa.

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* Joana Sousa Monteiro

Licenciada em História pela Universidade Nova de Lisboa. Crítica de Arte no semanário JÁ.

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Dados adicionais
Gráficos / Tabelas / Imagens / Infografia / Mapas
(clique nos links disponíveis)

Link em nova janela Artistas estrangeiros apresentados em Portugal e portugueses apresentados no estrangeiro

Link em nova janela Países de origem dos artistas estrangeiros apresentados em Portugal

Link em nova janela Galerias de arte que responderam ao inquérito

Link em nova janela Países de acolhimento de obras de artistas portugueses

Link em nova janela Número de artistas nacionais e estrangeiros apresentados em Portugal

Link em nova janela Áreas de expressão por número de artistas apresentados

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