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Janus 2005



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Indicadores da economia mundial

Manuel Farto, Henrique Morais e Raquel Ferreira *

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A conjuntura internacional pode ser avaliada através da selecção de um conjunto relativamente vasto de indicadores económicos e financeiros, dos quais alguns são aqui apresentados em maior detalhe, com especial relevância para as grandes áreas económicas mundiais – Estados Unidos, área do euro e Japão, para além de Portugal. Os gráficos constituem uma forma sintética, pragmática e visualmente apelativa de espelhar essa mesma conjuntura, identificando tendências e projectando movimentos.

 

O crescimento do PIB

Deste modo, o primeiro gráfico representa a evolução da taxa de crescimento do PIB, sendo visível a rápida superação da baixa conjuntura vivida nos Estados Unidos, entre 2000 e 2001, que contrasta manifestamente com a lenta retoma da economia europeia e a crise portuguesa, ambas só superáveis, segundo as previsões mais optimistas, apenas em 2005. É visível o papel de motor do crescimento económico desempenhado pelos Estados Unidos, cuja economia tem vindo a beneficiar, sobretudo nos períodos posteriores a uma fase de contracção ou mesmo recessão da economia, de políticas monetárias mais expeditas (e, porque não dizê-lo, mais orientadas para o crescimento do que propriamente para uma contenção rígida dos níveis de preços), de um expansionismo orçamental assumido e, quando necessário, das convenientes “mensagens cambiais” por parte das autoridades oficiais.

É por tudo isto que os Estados Unidos são a locomotiva da economia mundial, começam a crescer mais cedo, atingem níveis de crescimento mais elevados e, pelo menos nas últimas décadas, quando o resto do mundo, em particular a Europa, finalmente apresenta ritmos de crescimento mais sustentados, já os Estados Unidos estão noutra fase do ciclo. Deste modo, os europeus vão sendo confrontados com ciclos de crescimento robusto e sustentado cada vez mais curtos, e com períodos de estagnação/contracção da economia mais prolongados.

 

Variáveis macroeconómicas

Os gráficos segundo e terceiro procuram sintetizar quatro variáveis macroeconómicas fundamentais: a taxa de crescimento do PIB, a taxa de desemprego, a produtividade e a taxa de inflação. Pode observar-se facilmente, quando consideramos o período 1996-2005, a clara supremacia norte-americana no crescimento e na produtividade, o que lhes permitiu manter níveis de desemprego relativamente baixos (próximos do respectivo potencial), só suplantados pelo Japão, em que uma certa ineficiência de parte do sistema produtivo (é conhecida a situação periclitante vivida na década de 90 e nos primeiros anos do novo século pelo sistema bancário japonês, que aliás poderá vir novamente à superfície quando se desenhar um novo ciclo recessivo na economia nipónica) e questões de índole cultural “impõem” níveis de desemprego manifestamente baixos para os padrões internacionais. Em contrapartida, no Japão imperou a deflação e na área do euro o desemprego. As tendências mantêm-se no essencial nas previsões para o ano 2005, excepto para a produtividade, em que o Japão assume maior preponderância.

 

Desequilíbrio externo, défice orçamental e taxas de juro

Os gráficos seguintes (quarto e quinto) apresentam o crescimento relacionado com o desequilíbrio externo, com o défice orçamental, tomado como indicador da política orçamental, e com o diferencial entre as taxas de juro de longo prazo (10 anos) e de curto prazo (3 meses), encarado como indicador da política monetária. Para o período 1996-2000 pode observar-se a tendência para uma orientação muito semelhante em termos de política monetária entre os quatro países/áreas analisados (valendo para Portugal a política monetária europeia). Mesmo assim, uma análise mais incisiva sobre a evolução das taxas de juro oficiais permitiria concluir pela maior incidência da política monetária nos Estados Unidos. A título meramente exemplificativo, as taxas de juro oficiais nos Estados Unidos desceram 5,5 pontos percentuais entre finais de 2000 e meados de 2003 (de 6,5% para 1%), uma clara tentativa das autoridades em relançar a economia norte-americana.

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No mesmo período, na área do euro, as taxas de juro passaram de 4,75% para 2%... com os resultados em termos de estímulo ao crescimento económico que estão à vista! Neste período, os Estados Unidos fazem-se notar pelo seu crescimento económico, por alguma moderação orçamental (embora recentemente o défice orçamental se tenha agravado substancialmente, sobretudo nos anos que se seguiram ao forte abrandamento do crescimento a que se assistiu em 2001) e por um défice externo relativamente elevado. Portugal destacou-se pelo défice externo (com o Japão e a União Europeia a gerarem excedentes) e o Japão pelo défice orçamental, que atinge níveis efectivamente muito elevados.

Para 2004 as previsões são significativamente diferentes em relação às tendências passadas, reflectindo sobretudo a diversidade das políticas. Os Estados Unidos dominam a cena, excepto para o défice orçamental, matéria na qual o destaque pela negativa continua a ir para o Japão, embora os Estados Unidos dele se aproximem muito significativamente. O cenário norte-americano exprime, deste modo, uma política macroeconómica de estabilização fortemente activa, com o claro objectivo de relançar a actividade económica, mesmo com o custo dos défices gémeos (orçamental e externo) e um diferencial elevado das taxas de juro.

O crescimento japonês poderá melhorar, apoiado no forte défice orçamental e numa política monetária igualmente de pendor expansionista, enquanto a área do euro, em larga medida por continuar a implementar uma política menos activa, deverá manter um crescimento fraco. Portugal apresentar-se-á na pior posição, com um crescimento mais fraco, um défice da balança corrente mais elevado e um défice orçamental que tenderá a aproximar-se do norte-americano.

Decididamente, o ano de 2004 não será um bom ano económico nem para a Europa nem para Portugal, deixando ainda grandes dúvidas a pairar sobre 2005.

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* Manuel Farto

Licenciado em Economia pelo ISEG. Doutorado em Economia pela Universidade de Paris-X. Docente no ISEG. Docente visitante da Universidade de Orléans (França) e da Universidade Federal da Paraíba (Brasil). Subdirector do Observatório de Relações Exteriores da UAL.

* Henrique Morais

Licenciado em Economia pelo ISEG. Mestre em Economia Internacional pelo ISEG. Docente na UAL e na Universidade do Algarve. Assessor do Banco de Portugal. Membro do Conselho Directivo do Observatório de Relações Exteriores da UAL.

* Raquel Ferreira

Mestre em Economia Monetária e Financeira. Economista.

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