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Competitividade da economia portuguesa

Eduardo Cruz *

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De acordo com o WCY – World Competitiveness Yearbook 2001, Portugal voltou este ano a perder competitividade. Num conjunto de 49 países analisados, Portugal obteve a 34ª posição, depois de ter sido 27º em 1999 e 29º em 2000.

Em relação ao ano 2000, Portugal foi ultrapassado pela China Continental, Itália, Grécia e Brasil. Quebras significativas nos indicadores verificaram-se no desempenho da economia (descida da 20ª para a 35ª posição, de 2000 para 2001), eficiência governativa (de 26ª para a 32ª posição), e nas infraestruturas (da 27ª para a 33ª posição). Em compensação houve uma ligeira melhoria na eficiência empresarial (de 36ª para a 35ª posição), que mesmo assim não contribui para beneficiar o desempenho geral.

 

Factos marcantes da competitividade internacional em 2000–2001

O ano 2000 foi para o IMD um ano de exuberância económica. Já 2001 poderá ser um ano de recessão. Esta mudança tão rápida e dramática na economia mundial torna difícil avaliar a evolução da competitividade internacional.

Representando os EUA e o Japão 46% da economia mundial, ambos sofreram um abrandamento na actividade económica. É muito natural um impacte negativo desse abrandamento sobre a economia mundial.

Investimentos massivos na infraestrutura tecnológica em 2000 mantiveram a competitividade nos EUA, Ásia e Europa do Norte.

Uma explosão nos mercados bolsistas, avaliada em 30.000 biliões de USD em Maio de 2000, forneceu capital barato. Mas as TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação sofrem actualmente uma saturação do mercado, havendo também consequências negativas para a economia derivadas de atrasos na introdução de novas tecnologias, caso da Banda Larga e 3G.

As nações asiáticas, largamente dependentes de exportações no sector tecnológico, podem ser fortemente afectadas em 2001.

As Bolsas perderam 4.500 biliões de USD de valores de activos em 9 meses, o que limitou os fundos de numerosas empresas.

Em média, o Euro perdeu 15,6% do seu valor face ao dólar em 2000. Existe um risco mais nítido de inflação importada para a Europa.

A competitividade está cada vez mais dependente do poder intelectual. Uma guerra entre os Estados para atrair os melhores cérebros está a ganhar oportunidade.

 

Bases do Anuário de Competitividade Mundial

Sustenta o World Competitiveness Yearbook que os países gerem os seus ambientes de acordo com quatro forças fundamentais:

Atractividade versus Agressividade; Proximidade vs. Globalidade; Activos vs. Processos; Risco Individual vs. Coesão Social.

Estas quatro dimensões modelam o ambiente competitivo de cada país. São frequentemente o resultado da tradição, história ou sistemas de valores, e estão tão profundamente enraizadas no modus operandi do país que, na maior parte dos casos não surgem claramente definidas.

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Atractividade versus agressividade

Para o WCY, os países variam no modo em que gerem a sua relação com a comunidade empresarial mundial. Tradicionalmente, a competitividade estava ligada à Agressividade Internacional dos países, isto é, às exportações e ao investimento externo directo. A Alemanha, o Japão e a Coreia seguiam essa estratégia.

A Atractividade Local é representada através da Produção Industrial, Investigação e Desenvolvimento, e ainda dos Serviços e Gestão.

Portugal passou da 31ª para a 35ª posição de 2000 para 2001 quanto à Produção Industrial, da 30ª à 32ª na Investigação e Desenvolvimento, e da 26ª para a 28ª posição nos Serviços e Gestão.

Algumas nações administram a competitividade através da sua atractividade. A Irlanda e Singapura, por exemplo, têm-se desenvolvido através de incentivos e investimentos directos.

 

Árvore da competitividade nacional

No WCY, a secção da Árvore da Competitividade Nacional mostra a evolução da economia do país nos últimos anos para cada factor de input. São aqui apresentados quatro factores de Competitividade: Desempenho Económico, Eficiência Governamental, Eficiência Empresarial e Infraestruturas.

No que diz respeito ao Desempenho Económico, Portugal passou da 14ª posição em 1999 para o 35ª lugar em 2001. Para essa queda contribuiu a Economia Doméstica (38ª), o Comércio Internacional (48ª), e o Investimento Internacional (44ª). 

O Emprego (18ª) e os Preços (5ª) apresentaram bons indicadores. 

Quanto à Eficiência Governamental, da 25ª posição em 1999, Portugal desceu para a 32ª em 2001.

As Finanças Públicas (32ª), a Política Fiscal (40ª) e a Educação (40ª), contribuíram para esta descida.

Por contraste, realcemos a melhoria das posições dos Instrumentos Institucionais (29ª) e dos Instrumentos Empresariais (24ª).

A Eficiência Empresarial apresenta ainda piores resultados para Portugal. Na 33ª posição em 1999, Portugal passou para a 35ª em 2001.

Para tal contribuiu sobretudo a descida da posição de Portugal no Mercado Laboral (42ª), as Práticas de Gestão (37ª) e o Impacte da Globalização (39ª).

Melhores resultados relativos apresentaram os indicadores da Produtividade (32ª) e dos Mercados Financeiros (23ª).

Quanto a Infraestruturas, a posição competitiva de Portugal passou de 26ª em 1999 para 33ª posição em 2001.

A Infraestrutura Básica (36ª), a Tecnológica (33ª) e a Científica (40ª) contribuem para estes maus resultados, enquanto que o Sistema de Valores (21ª) e a Saúde e Ambiente (28ª), apresentam melhores resultados.

 

Informação complementar

0 que é o IMD?

Com mais de 55 anos, o IMD – International Institute for Management Development, é considerado uma das cinco melhores business schools no mundo. Este ano, o Financial Times voltou a considerar o IMD a melhor business school europeia e terceira a nível mundial.

 

0 que é o  WCY?

O World Competitiveness Yearbook (WCY) é o resultado de um trabalho de investigação mundial, liderado no IMD pelo Professor Stéphane Garrelli, que se realiza anualmente desde 1989, analisando e atribuindo posições relativas à capacidade dos Estados em fornecer um ambiente que apoie a competitividade das empresas.

Cobre 49 economias, utilizando 286 critérios. A informação é trabalhada separadamente, em termos quantitativos e qualitativos. Além de estatísticas de fontes internacionais, é também realizado um estudo com entrevistas a mais de 3.600 líderes de opinião e executivos dos países analisados. Mais informações em http://www.imd.ch/wcy.

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* Eduardo Cruz

Licenciado em Sociologia pelo ISCTE. Formador e Gestor. Administrador da Formedia, Criação e Desenvolvimento de Empresas.

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Dados adicionais
Gráficos / Tabelas / Imagens / Infografia / Mapas
(clique nos links disponíveis)

Link em nova janela Desempenho global, eficiência governamental, infraestrutura básica, Portugal-EUA, eficiência empresarial e desempenho económico

Link em nova janela A competitividade Mundial em 2001

Link em nova janela Atractividade local

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